sábado, 5 de setembro de 2009

Pra Ele.

Não é, mesmo nos dias de hoje,
banalidade quando um homem assim chora
quando fala assim, coisas esparsas, coisas muitas, muito suas
e daí lança de si, expulsa, coisas assim que de tão delicadas chegam a ser violentas
e dessa violência chegou a machucar sua mãe em um lugar que nunca havia sido machucada antes.
portanto, não é qualquer coisa.
Ele falou, falou, chorou, falou, falou e isso não são só palavras jogadas assim inconsequentemente. Ele é um homem, e se formou até o momento presente para ser homem, homem fortaleza.
E ele ainda é, porque seu corpo estrutura todo rigidez e força reforça isso, suas mãos grandes e ossos aparentes, sua sobrancelha baixa, seu tom de pele e de voz...
chega a ser meio arcaico, ele, que até impõe certo respeito, mesmo sendo jovem, sobre as pessoas, que sequer imaginam existir assuntos assim internos, secretos, seus.
Por todo mundo hoje ser tão aberto e acessível para o mundo todo e todo mundo ser meio homem e mulher e bixo ao mesmo tempo e ele não, não deve se tratar o caso como se trata esses outros modernos.
Ele não é moderno e não é errado por isso. Ele não é daqui. nem todo mundo entenderia isso.
O lugar de onde veio vive num passado.
Quando se vai pra lá, se faz uma viagem no tempo de pelo menos uns 50 anos... e é essa saudade de meio século que ele carrega em seu interior e isso é coisa demais, mesmo para um homem fortaleza. Essa idade é incompatível com seu corpo jovem que se abriu e disse eu te amo, sinta tanto sua falta, não aguento mais e machucou tão fundo sua mãe que chorou 50 anos junto com ele.