quarta-feira, 29 de junho de 2011

renata entra no quarto.
joga peixes ao leão que cria dentro do aquário.
sua mãe grita na sala que está cansada dessa palhaçada.
fernando entra no quarto ofegante.
renata arranca sua roupa, aperta seu pau com força e morde seu pescoço.
fernando e renata recomeçam o ritual pagão que os uniu.
fernando dessa vez parece estranhar e desconfiado e medroso e gentil
pergunta se está ruim se pode continuar
ah, fernando, isso não poderia me machucar, jamais.
fernando cai de lado
renata fica de pé sobre a cama e lambe o teto com as mãos
fernando desapareceu.
renata ri depois chora.
para renata para.
renata chora.
o leão fugiu
o aquario secou
ficaram os peixes
renata nada
Smiths começa a tocar
se sente triste depois feliz porque triste depois porque feliz porque triste, má
escreve com um pincel preto em sua pele
gatinho, te arranho mas não quero te desconfigurar
renata só come folhas há três semanas
espera chegar aos doze megabytes
sua mãe grita na sala que está cansada dessa palhaçada
renata coloca sua máscara de gesso, saltos vermelhos, despenteia o cabelo
sai do quarto em quatro piruetas
MÃE MÃE! um cachorro chamava pra dentro. um dia seu dono falou pra dentro pra fora! ele morreu. (risos)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

eu ouço seu corpo falar mais alto, cada vez mais alto
que o meu.
parece ótimo
pra você.
você me chama com vontade e eu vou
embora.

sábado, 11 de junho de 2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

enlaçado ali só queria te acessar
porque acreditava, acredito.
se fosse ainda com minhas recusas
não me movendo, não te tomando, não falando o que sentia como na hora
permaneceria eu e minhas fantasias do que era tocar, sem trocar
dois corpos se utilizando como brinquedos fantásticos em matéria
como mesmo de borracha, que não são
a pele rasga.
existia o que queria de você e o que esperava que quisesse e não de mim
mas sempre tem o que não se imagina, sempre existe o trânsito
quando em permissão
o que nossos corpos podem ser quando em permissão
não o que penso e peço do seu, não o que prensa e pesa no meu
simplesmente por nunca mover assim a cintura e o quadril,
passaria ainda anos, independente das mil peles que se esfregassem em mim, transando apenas comigo mesmo.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

me parece até providencial a sua ausência, porque, convenhamos, não é nenhum segredo minha tendência a essa loucura enrustida cortante. como assim, né? avisar ao pássaro que na verdade ele não voa, o resto do mundo que é ao contrário! que veneno caótico alucinante pra um sonhador.
e você ao passo que puxa meus pés pro novo chão, sopra ao meu ouvido uma brisa atmosférica que me traz uma sensação nostálgica que me doma e me explode. (e me vicia)
para! pera, volta. não, vai! tem outras opções?
me explica de novo sobre a anarco-anarquia, me insere no vôo subversivo dos pássaros que não voam, em protesto e denúncia a falsa liberdade. quão grave é o conceito de gravidade. diz que me ama com um não-amor. ou não diz nada que eu já entendi com o sopro.
puta merda, como me sinto idiota batendo asas quando você está perto. como seu amor me habilita e me constrange. que bom que você está longe. que bom que ainda está.
e a vontade de corpo que é absurda, que mesmo que você morra...meu deus, que bom que não morreu. eu to ficando mesmo louco. outro dia pensei em sair correndo em você em direção a nós feito um urso em chamas abraçando e queimando o mundo nosso, mas só chorei. não sei se aguento. mas sei dos retornos fatais.
de qualquer modo sempre há assassinatos em cada ato. se aguento querer tanto o que quero e não querer. esquecer do que nasci pra ser e nunca como nunca saber. é a hora da virada. é a chance.
me beija como uma faca.