quarta-feira, 11 de agosto de 2010

existe um furacão fundamental imperceptivelmente grande. é na extremidade última de sua cauda que se encontra eu. e é do mais profundo invisível de mim que uma revolução se fermenta, quando todo o universo se tornará de cabeça pra baixo. e outro furacão tanto mais infinito se formará e completará seus ciclos no externo interno de tantos outros e outros eus.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Casamata

coturnos amarrados com força, barba feita. de onde virá? um projétil, um míssil teleguiado...
resta permanecer firme e esperar. ou será a própria carne que o trairá? que virá de dentro? melhor que caia um boing no telhado, do que essa carta chegar.
tanta bala que já foi rebatida com bala. ainda chora estilhaços ainda às vezes enquanto prepara o almoço ou o jantar ou o café da manhã, que diferença faz?
Cutty Sark sem gelo e marlboro vermelho, dentro da casa caem raios e chove ácido. marulhoso. sobreviveu a tormentas que já não sabe se deveria ou não sabe os propósitos. Ah, marinheiro. como te enganaste assim? sereias e castelos de areia. marinheiro, marinheiro. de filho desgarrado a fuzileiro naval. como te enganaste! subverter crimes assim por tanto tempo o confundiu inteiro. não devo nada a ninguém tem nada com isso! ninguém entra ninguém sai. Ah, quanto orgulho teria meu pai, e o pai do meu pai. que sou rocha! minha dignidade está intacta. não sei porque as gaivotas que vejo da janela logo se transformam em abutres. atiro e mato todos! mas eles sempre voltam. passam bem perto da janela voando devagar. com algo no olhar que me lembra num sei se minha mãe, minha mulher ou minhas filhas. rocha, que me quiseram ter rocha me fizeram, foram! que não cheguem perto, acompanhadas daquele burocrata! sim sou eu, é minha, minha a casamata! não admito. não permito. não tolero. nenhum crime, nenhum crime! não é certo não é direito. jovem imprudente inconsequente abre o olho! se quiser entrar, será sob meu regime!


meu deus marinheiro, quanto tempo faz que negastes terra firme?