terça-feira, 31 de maio de 2011

mais uma vez entrar nesse quarto e deitar nessa cama e esperar o seu diagnóstico
que esses seus dois olhos gigantes apontam em tudo em mim um todo sintomático
assim no silêncio sobre o meu silêncio sobre o que penso sobre o que eu penso
depois você goza eu fumo um cigarro
e eu gosto mais dele do que de você
a casa é sua esse é o seu carro
eu sou hiato
um mosquito, talvez, em direção à luz
minha palavra meu ato não falo é o que faço é o que quis
pouco importa agora não acha? que saco vai embora
ou seu romance sua jornada épica em direção a mim
ou sua fantasia que insiste em grudar na minha pele
mas os espaços vazios são maiores tenta entender
que não é infância ou astrologia eu fiz agora você não vai me conhecer quantitativo assim o que espera de mim porque posse porque quer como se fosse não foi ontem à noite nem o acordar de manhã nem o alcool nem a maçã que não existe eu sei que você sabe de tudo que você sabe e parabéns mas puta merda eu só queria me render mas nem isso fazer amor infinito depois morrer que eu sempre achei que um depois dois agora nada não nada não que eu só to cansado que saco
não encosta eu nem to pensando em você

segunda-feira, 30 de maio de 2011

era meio dia na esplanada
ventava pouco e o sol rasgava
pendurado sob a sombra de um monumento
um morcego atento
ouvia cada ruído à procura de um similar lamento
quão perdido esse morcego estava
não há morcegos ao meio dia na esplanada

como riram os pombos ao avistarem algo ainda mais nojento
riram de graça, alívio, repulsa e raiva
o morcego era mesmo uma piada

segunda-feira, 9 de maio de 2011

homem doce, desde o dia que te mordi não consigo deixar de procurar teu gosto por aí.
dizem o contrário, mas penso que foi minha bulimia que me salvou
que esqueleto esquizofrênico eu sou
homem doce, te vomito todo dia antes de sair
homem doce, eu não posso te engolir.