quarta-feira, 18 de abril de 2012

,eu dou minhas respostas
quando as encontro
nesse quarto de espelhos
quando acho que quebro todos
nas ribeiras da vida
cada vez mais invadidas
há quem sobreviva às diásporas
há quem grite junto
há reflexos

(também que o silêncio não é quieto)
marcelo todo dia matava um passarinho e levava para seu pai
seu pai matava porcos e vacas.
você tá na américa latina, cara. eles também te odeiam.
no final das contas não se contavam os pedaços
terra vermelha gruda na sola e vai-se embora
todos pisam forte e apressado
e ainda que marcelo nunca tenha olhado nos olhos de seu pai
que sequer existia
(e elxs nunca pararam de voar!)
(que absurdamente infinda frustração...)
(e quando elxs cantam ainda, ai, quando elxs cantam!)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

mapas são uma ilusão. diariamente ilhas e continentes desaparecem, se reagrupam e inexistem numa ilógica imensurável, nunca se viu nesse ínterim uma montanha sequer levantar. depois eles voltam. ou não. (nunca voltam!). como quando dançávamos e de repente eu estava num solo russo pesadelístico até cair de novo em seu apoio, colo de mãe.
entende que um criolo raspar sua voz no asfalto lamuriando a inexistência de amor em são paulo não o extingue?  é um grito de um momento fugidio (porque vivo.). como uma fotografia. e se se olhar uma pele bem de perto ainda assim não é bastante. e rasgá-la não adianta, talvez nem como metáfora. entende que o amor é uma certa lógica, como um mapa? só conforta, quem navega, mas nos inibe portanto e talvez da experiência brumática do corpo em surpreensão a um outro. ininteligível total mas não absoluto. porque o paralisamos, e com a mutilação do tempo e espaços possíveis, não temos a capacidade de calcular as consequências nem quais.
deixemos de crer com tanta fé em fronteiras limites, repito para mim.
que meu amor é como meu timbre, e ele não crio em partituras.
mas canto, viu! e canto com um gosto!