domingo, 2 de dezembro de 2012

máscaras de arak gengibre hortelã maconha do morro um broche um brilho uma sombra ruínas de um templo corroído e o deboche e a contemplação funda funda essa implosiva inclusão fusão milhões sirenes sereios suores lágrimas afogadas risadas em máscaras de pó rímel e barbas bárbaras e lombras enroladas em lençóis e máscaras de vulcões cuspindo fadas e palavras mais palavras por baixo das unhas atrás dos dentes e refletidos nas máscaras das conversas sobre máscaras e palavras e mais e jamais faladas irrepresentáveis sob a chuva fina serrana tropical existimos issos aquilos outros fomos adeus dissemos grandioso baile macumba do sul adeus ondas verdes macias e ásperas lambidas e madeira molhada longínqua fragrância  de coisa guardada dentro de nossas máscaras, apaixonantes e paralisantes
nadas
meu xamã meu pokémon meu peter pan te faço dançando andando na ponta dos dedos dos meus medos quando anoitece na fronteira e os coiotes carregam na boca pedaços de nossa pele pagã gritos virtuais fotografados no seu álbum mapa me iluminando enquanto fumo um canto meu punk queer camp meu explosivo igual nada jamais será i will did i sent you any flowers when i'll should it wasn't now but
all

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

num dia como esse, quando tinha treze
eu espremi um cravo no rosto
e saiu uma rosa bem pequena
mostrei pra minha mãe
e ela morreu de nojo
eu pus a rosinha numa xícara com água
e e noite tomamos um chá
sentados à beira da cama eu,
alanis e nosso cachorrinho shy (que descanse em paz)
ela disse que não acreditava em vingança
e a gente riu a bessa.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

e depois que papai, mamãe, a tia débora da quarta série e o padre dourado já morreram, xuxu.
ficou só você nessa luta de bem contra o mal
não dá mais, né?

enquanto medusa enfiava uma por uma de suas cobras em seu cu
e não, não você não a olhava nos olhos nem por um momento e sequer conseguia encará-la no espelho
entendo que àquela época não confiar em um presente de cristóvão foi essencial
mas cabe a você agora, rapaz, montar nesse buraco negro e sugar sugar tão intensamente quanto for capaz
e não deixar uma estaca sequer ser cravada nesse solo
e parar às vezes para fumar um cigarro

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

agora é hora, meu bem
desculpe os estilhaços dos tiros
e a fraqueza franca e ranzinza dos depois
me canso e me esqueço, às vezes
que luta quem quer lutar
agora é hora, meu bem
pode vir pode deitar
vamo escutar com calma
a música que faz a invasão das borboletas
vamo rir um pouco disso tudo e transar.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

arrastem suas cadeirinhas um pouco para trás, crianças! teremos outro maravilhoso e absurdo pôr do sol em seguida! que dentro dessa janelinha desse veículo gigante caindo aos pedaços há duas cabecinhas ornadas em labirintos étnicos rindo litros e litros de gasolina cada vez que a máquina quebra e todo mundo acha que foi obrigado a parar mais uma vez...
não te amaria tanto mais até que, depois de uma noite drogado e perdido perambulando sozinho, fosse resgatado e gentilmente pousado em sua cama e sob os fundos e gentis olhos seus e de sua irmã dormisse longamente. foi a primeira vez que vi maria bethânia, mas não foi o baque, ainda é, ainda vejo, amor. rebento.
é gostoso pensar na mística dos encontros, você é minha bebê, sou seu bebê, a nível de experimentação, cada vez que olhar você irei tentar me despir de mais uma palavra, até que nossos olhos se refresquem em espelhos d'água artificiais e daí então quando nos abraçarmos da próxima vez vamos nos encharcar, desse algo que faço ser quando digo te amo, menina, futuro, petróleo intacto puro, força potência negra linda, bebamos até o corpo se diluir e ultrapassarmos a pele, e arrebatados de ressaca, longos e duvidosos, celebremos nosso percurso, nossa transformação, nosso suado fazer de nós.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

pensando sobre o medo de assombrações, espíritos, aparições de figuras humanas distorcidas e quase não humanas... vi que tinha medo de mim mesmo

domingo, 29 de julho de 2012

porque você tem lindos olhos claros. e isso lhe trouxe grande alívio. por um momento.
na verdade não haveria escapistas.
as memórias foram vindo murro por murro. que também tanto fazia a dor tanto fazia a azia e a autopiedade.
não havia inocentes. toc toc. trouxemos mais duzentos. eram duzentos amarrados numa só cama de solteiro. um mais novo e mais choroso cantava ......... as coisas que não existem nem sempre são mais bonitas. aquele castigo, por exemplo, não existia. sabia.
pelo menos tinha certeza que não arrancariam seus lindos olhos claros. ele mesmo os arrancaria, e nínguém o tiraria esse gosto.
assim que teve a ideia, coisa.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

ontem fiz um sacrifício em meu quarto, uma oferenda pro deus proscrito da inanição, desconhecido e aparentemente vago e marulhoso, progenitor das falhas de comunicação, deus absoluto. matei um rinoceronte.
não me sinto melhor. como já não me sentia. como jamais me sentirei.
falei morra! e ele morreu.
suas intenções não interessam aqui, o que se faz implícito, o que se redobra inominável e incalculável, os sentimentos e mais as outras coisas outras que a sociedade não construiu e ainda nem sequer pensou em afogar, nem a paralisante sensação de ter os olhos arrombados pela imagem de um rinoceronte caído morto no chão de seu quarto. não.
para que siga o deus da incompreensão e do esquecimento, magnânimo invencível do progresso, as nuvens da política do bem-estar, do bom homem que me tornarei e te tornarás.
devemos apenas enterrar esse gigantesco inconveniente e cimentá-lo. sim.
assim ele se senta em sua celeste poltrona e se alivia numa gargalhada secular.
mais um infinito foi calado. outro corpo foi banido. mais alguém passará incontáveis eras a suplicar por uma gota do sangue que derramou, mas nunca terá e nunca morrerá da sede. mais um prédio. mais uma rua pavimentada. mais um esquecimento. mais dois. agora sim, tudo bem. o certo é certo, amém.
que pisem como pisam na paulista apressados, que vendam ingressos pro espetáculo, que vomitem nas madrugadas, multidões, sobre o solo impávido de meu sacrifício.
que nunca ninguém veja.
que nunca ninguém chore.
que nunca ninguém questione a superioridade das razões de deus e assim
que nunca me condenem. 

sábado, 14 de julho de 2012


múltipla fome
quais estradas misteriosas me descaminham do formato difuso que eu boto fé
ao passo que lado a lado caminha o sonho carinhoso das específicas assombrações
é a prosa profética da diabete no tronco vermelho do bambu
o apocalipse já passou, meu bem!
o coringa é o único que ainda ri
da seiva pagã que escorre
de meus
desconexos
e místicos
neurônios...

quinta-feira, 28 de junho de 2012

arquivos subcutaneos da ditadura do dia

_Cheguei a acreditar por um milésimo de segundo que dentro dessa misteriosa caixa destinada a mim, poderia ter uma garrafa de vinho com duas taças apoiadas sobre pétalas de rosa 
e talvez um bilhetinho de "estou com saudades, vamos embora daqui...", porém... a vida é mesmo um constante tapa na cara dos sonhadores. eram pastas suspensas para arquivamento de dados.
me encontro na sala 707, deitado no chão em posição fetal. talvez não responda pelo meu nome, não tente movimentos bruscos.
rs
OI BOM DIA!
to estudando pra uma prova de teoria antropologica 2 que terei hoje a tarde, posso olhar essas pastas só na quinta?  
estou aqui de qualquer forma, se precisar é só chamar.
a propósito... amanhã como funciona aqui?
Beijos :)


_Querido,


Essa sua forma literário-antropológica de ver o mundo me encanta! Minhas asas ainda não me elevaram tanto... :) Ainda bem que te liguei antes de ver a mensagem, assim não tateei e desconfigurei nossa paisagem burocrática e seu estado fetal-confortante rs,rs,rs


Então, estude mesmo! É uma das melhores coisas que poderá levar daqui.


Amanhã é feriado por aqui: nada funciona, ou seja, será um dia útil nosso para o país! Tire o seu guarda-chuva preto do armário e depois mergulhe na tempestade, sem ele.


Beijo,

sábado, 16 de junho de 2012

cansei da vigilância dessas microesferas toscas
vê se eu ia fantasiar uma coisa dessas! escutas no meu celular, no meu apartamento, meu histórico, minhas senhas clonadas!
e gastar a lombra da minha maconha com isso?
não... sabe que prefiro fantasiar com nuvens quentes de fim de tarde transformando-se em mãos quentes sobre mim, de olhos fechados, para mim, que todos também estão bem de alguma forma qualquer e o sol aquece depois esfria e cada um sente ao seu jeito que as coisas só são e a gente está aprendendo uns com os outros e estamos todos empolgados com as novidades...
o policiamento, amiga, é constante, é concreto, invasivo, combustível, cortante. 
fazer do meu mundo um outro, não me faz esquecer que é isso, um outro.
mesmo os analfabetos, que não se sujam de palavras, não deixam de sentir o cheiro podre de seus ecos.
sei que estou sendo vigiado. minhas nuvens abrem portas perigosas.
sabemos, amiga, que a experiência vem junto com o perigo. e corremos.
não paramos.
estamos aprendendo.
não dichavo a fantasia.
não parto.
e essas armas todas estão justamente apontadas para ela! tenho perdido o sono, confesso.
a gente tem medo nem sei de que... treinei minha assinatura desde os treze, porque era um bobo sem tamanho, não sabia o que estava fazendo... não sabia que ensaiava meu ato final. um mutilamento aqui outro dali. acham que podem diminuir a infinitude, mas o pior é que acreditam, aí as frutas apodrecem todas na geladeira...
quero um dia apenas
não me sentir
vigiado.


cada vez me sinto mais vi(gi)ado.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

em busca não sei de quê agora ele quer controlar seus sonhos. gasta quinze minutos todo dia olhando sua própria mão. outro dia disse que transformou uma flor em um porco que aí fugiu de seu controle e saiu gritando. agora diz se conhecer de uma forma longinquamente inédita.
depois de falar a palavra h e t e r o n o r m a t i v i d a d e
ele parou e pesou-se, demorou-se. uns cinco minutos. o seminário acabou, sem sermão.
o olho aberto quase nada e da fresta que restava como a linha do horizonte baixava um sol vermelho. e era quase nada. (... mas aquela risada)
o dia ia durar, até que anoiteça duro.
há cobras eriçadas nos escuros de toda parte. basta haver sombra e eu quase nada dôo, só de medo, e acho que eles não entendem, mas vez ou outra  aparecem mordidos.

sábado, 26 de maio de 2012

eles escutaram os gritos sim com certeza mas provavelmente desconfiaram que era prazer então tiveram medo e no dia seguinte ninguém tocou no assunto havia de existir alguma dádiva cármica alguma vantagem em ser fruto de uma família tão medrosa não se fala no assunto não falem nada então não preciso nem de sobrenome nem de sobremesa não mastiguei direito mãe não engoli tenho que correr que li pichado num muro que a liberdade tem pressa e pedro não está entendendo muito bem o que está acontecendo mas a gente tem sido livre quando apaga a luz e fecha a porta e fica tão escuro que não sabemos nem mesmo quem somos e ainda assim nos adentramos e depois rolam os eu te amos que eu digo traindo meu medo que eu renego mas no final das contas o que importa o fim das contas se há tanto o que se perde nessa lógica e foram enfiar uma palavra tão horrorosa que é epistêmica na própria vida pelo amor de dadá mãe eu te liberto eu te dou as chaves do carro pega ele e se enfia nessa boceta maltratada que é o mundo experimenta são paulo com lsd  minha jagunça querida que dorme aí dentro num sono tão profundo te perdoo se matar alguns te perdoo por tudo só não termina em um manicômio por favor não vai pensar que é patológico as coisas existem mesmo juro é só cutucar que elas reagem e seus gritos podem ser prazer querida podem tenta me larga me esquece respira diafragma berra são vinte e cinco anos se precipita no precipício não vai ser a morte ou que seja mas não vai ser pior.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Reflexões sobre Corpos Informáticos Performance Corpo Política: Chutar o pau da barraca ou Chupar o pau da Barraca?


                                                                           
“O principal problema com os ciborgues é, obviamente, que eles são filhos ilegítimos do militarismo e do capitalismo patriarcal, isso para não mencionar o socialismo de estado. Mas os filhos ilegítimos são, com frequência, extremamente infiéis às suas origens. Seus pais são, afinal, dispensáveis.”
Donna Haraway.
Acho, por exemplo, que é crucial escrever frases que começam com 'acho', mesmo correndo o risco de ser mal interpretada como adicionando o sujeito ao ato. Não existe nenhuma forma de contestar esses tipos de gramáticas a não ser habitá-las de maneiras que produzam nelas uma grande dissonância, que 'digam' exatamente aquilo que a própria gramática deveria impedir.”  Judith Butler.
Na capa, Corpos Informáticos Performance Corpo Política aparecem sem separações, sem vírgulas, nem conectivos, o que me causa simpatia, por achar que no duro, ou no doce, na agência da vida, essas separações não são práticas. Em volução (movimentos não cartesianos, mas múltiplos e sensuais) a existência do corpo, em sociedade, se (re)faz em performance, se (ne)grita em política. A todo momento. Estando em foco, ou não. Coexistem.
Porém a performance doce e repetitiva do mascar chicletes na parada de ônibus do conjunto nacional não, a priori, causa nenhum choque, não perturba, não muda um carro de sua direção automática diária. Trazer o duro, mas sem machucar, é o que parece buscar essa performance em arte e flecha...
Sabendo-se da arbitrária sombra branca fina e clássica que toca tão grande parte de nossa realidade, sabendo dela e a desconhecendo, acusando-a e apontando-a com o dedo meio torto. A intolerância que de onde vem, tão sujo, infectante e histórico, ambições automáticas, violências externas internas, o cassetete, o quebra-cabeça, os ismos, a amputação de tudo que é potencialmente maior e anulador do capital e do(s) sujeito(s) sentado(s) em algum trono simbólico qualquer. Me aparece uma moça, uma senhora, pintada de verde, compenetrada em seu verde. É o esmalte que usa, são as ligações de carbono que possui, é o valor de sua roupa, é o enlatado que comeu, mas que seja! Para aquilo e por aquilo se faz inversa, cospe no prato que comeu, porque não gostou.
Como é possível que Frankstein chore rios de lágrimas escondido, esperando que seu pai restaure o paraíso, construindo sua parceira hétero e pouco reflexiva e apaixonada? Temos em nós pedaços múltiplos de diversas partes de organismos e organizações que talvez nem imaginemos(além dos que insistentemente batemos os pés e queremos), e assim também, de tantos cânones e dogmas e sentenças infinitamente verdadeiras que já foram desintegradas(dos) pelo raio laser, pelo olhar de desprezo, pelo levante de milhares... Só podemos agora deixar os lamentos para o velho mundo mesmo. A gênese por água abaixo leva junto o apocalipse, não há castigo, não há fogo eterno. Equilibremos nossas tralhas sobre a cabeça e dancemos!
O corpo, o rosto, a expressão, foram de pouco em pouco, ou de muito em muito, não importa, foram subjugados, diminuídos. Não sei na verdade se um dia o foram totalmente libertos (ou o que isso significaria), mas vendo-os como nosso território, nosso palco maior, pedestais de si, é (de)onde se faz, se diz, o não. É onde se torce um nariz, se dá um dedo, é onde com a luz apagada se implode uma igreja enorme sem que ninguém veja, por isso é perigoso, porque pode ser que alguém resolva não apagar as luzes. E ninguém quer que aquele maravilhoso prédio espelhado que custou milhões tenha suas estruturas abaladas por umas seis ou sete bundas que têm algo a dizer. Não se quer ouvir. Não se pode mostrar, a bunda. Mas o que ela faz ali? Já não foice o tempo de negar e demonizar o próprio corpo? E além dele, a mesquinharia, a corrupção, as portas trancadas, quem tem coragem de denunciá-las com o próprio umbigo, de vestir-se com papel higiênico?
Há algo a ser feito, por quem não se queda no habitual, no comumente aceito. Atear fogo em tudo não deixa de ser uma opção, Hulk e Frankstein tiveram seus momentos destrutivos. Mas a lanterna, aqui, aponta pra uma trilha bem menos fatal. É se utilizar de cada parte que se sinta própria de si, se instrumentalizar e se diluir, se mostrar, sair de qualquer armário, de qualquer sala, de qualquer caixa, e se ser na rua, no aberto, no (quase utopia do)público (pois que também as arquiteturas urbanas também foram diminuindo com o tempo os espaços de todxs), levar por cores, formas, vozes, objetos, invocações pueris, o que seja, a consciência, o pensamento ensaboado, para um caminho, uma vez sequer, que seja esquizo, anômalo, anormal, que cause dúvida se é cosquinha ou a prima dela, ou que arda dependendo de subjetividades mil. Mas que se espalhe e inquiete.
Podemos nos construir, a partir de conhecimentos, vivências, cicatrizes. Sabendo digitar, sabendo programar. Hackers produzindo um bug. A carcaça de uma Kombi fincada como uma flor neon no acostamento da L4 norte. O esgoto reverso. A linguagem que cansa, reinventada. O que não deveria ser, mas é. Ali jogado, cuspido, exposto. Algo que não se engole sem mastigar, doce ou não. Lindo lindo lindo ou não. O que for vivo, o que tiver símbolos, o que se (si) quiser ser e mostrar, sabendo-se fugidio e eterno e pequeno em partes e em partes gigante, quiser dizer, será performance e poderá resultar em alívios, orgasmos, fagulhas, risadas descontroladas, medo, negação, resultar em nada, mas terá sido uma vida e uma tentativa.
A arte, aqui, quer ser traição. E eu, como um eu, quero trair com todos os contratos que (nunca) assinei. Chutar o pau da barraca? Chupar o pau da barraca? Sambar na cara da sociedade. Quem não gosta de samba? Que venha dançar também sua dança.
Posso fazer aqui qualquer coerência barata, para ser lida e julgada. Porque essas letras pretas impressas podem ser revertidas em valor e em um trâmite burocrático me passar para um outro estágio de minha linear vida profissional. Mas aqui, se reutilizando de espaço acadêmico, não acredito que seja isso que se busque, e ainda que seja uma busca infinda. Se quer sentir com quantos sentidos existam e explodam(-se). Não quero olhar de cima do monte Olimpo, não quero ser olhado de cima do monte Olimpo. Porque em vez de escrever uma resenha, não beijo Maria Beatriz de Medeiros?

quarta-feira, 2 de maio de 2012

tourinho eu também gosto quando você passa
quando me alicia quando me corrompe quando me corrói
quando me instiga quando me mastiga quando me dói
tourinho eu também gosto quando você gosta
seja o sol ou a lua, somos filhxs infiéis
das cores que vimos, da lama em seus pés
mamíferos efêmeros a gente se lambe
se lambe até secar
que é o que nos importa por hora
em meio às balas perdidas
são as nossas
que nos vivem que nos crescem
as  nossas mordidas
que nos cercam que chutamos as cercas
à cabeçadas, tourinho, à cabeçadas
nos amamos, fodemos-nos
nos fodam-se e compaixões
comparsas neo criminosos
tourinho eu também gosto quando você rouba
é o que é seja lá o que foi
e também não
tourinho eu também gosto quando você uiva

quarta-feira, 18 de abril de 2012

,eu dou minhas respostas
quando as encontro
nesse quarto de espelhos
quando acho que quebro todos
nas ribeiras da vida
cada vez mais invadidas
há quem sobreviva às diásporas
há quem grite junto
há reflexos

(também que o silêncio não é quieto)
marcelo todo dia matava um passarinho e levava para seu pai
seu pai matava porcos e vacas.
você tá na américa latina, cara. eles também te odeiam.
no final das contas não se contavam os pedaços
terra vermelha gruda na sola e vai-se embora
todos pisam forte e apressado
e ainda que marcelo nunca tenha olhado nos olhos de seu pai
que sequer existia
(e elxs nunca pararam de voar!)
(que absurdamente infinda frustração...)
(e quando elxs cantam ainda, ai, quando elxs cantam!)

segunda-feira, 2 de abril de 2012

mapas são uma ilusão. diariamente ilhas e continentes desaparecem, se reagrupam e inexistem numa ilógica imensurável, nunca se viu nesse ínterim uma montanha sequer levantar. depois eles voltam. ou não. (nunca voltam!). como quando dançávamos e de repente eu estava num solo russo pesadelístico até cair de novo em seu apoio, colo de mãe.
entende que um criolo raspar sua voz no asfalto lamuriando a inexistência de amor em são paulo não o extingue?  é um grito de um momento fugidio (porque vivo.). como uma fotografia. e se se olhar uma pele bem de perto ainda assim não é bastante. e rasgá-la não adianta, talvez nem como metáfora. entende que o amor é uma certa lógica, como um mapa? só conforta, quem navega, mas nos inibe portanto e talvez da experiência brumática do corpo em surpreensão a um outro. ininteligível total mas não absoluto. porque o paralisamos, e com a mutilação do tempo e espaços possíveis, não temos a capacidade de calcular as consequências nem quais.
deixemos de crer com tanta fé em fronteiras limites, repito para mim.
que meu amor é como meu timbre, e ele não crio em partituras.
mas canto, viu! e canto com um gosto!

terça-feira, 27 de março de 2012

Pessoa: Pesquisa sobre estilo de liderança e para conhecer o perfil do jovem. :)

Outra Pessoa: mané estilo de liderança! mané short global survey to understand youth! vai contra meus sonhos. beijos.

Pessoa: contra seus sonhos? quais? tá confuso. rs
e sei lá, o que vc entende por estilos de liderança, ou short global survey, e por aí vai? vejo críticas, mas não as entendo bem. do que vc tá falando mesmo?

Outra Pessoa: num te parece uma visão de mundo totalmente ocidentalizada, Pessoa? toda a juventude não assistiu seriados norteamericanos...
a parada pode no final ter um resultado prático até positivo em certo ponto. mas "liderança", que palavra é essa? de onde ela vem? 
quem quer ser líder? ter sucesso? produtividade? eu tenho que ter uma empresa que me inspira? eu não me arrebato na megalomania...
um grupo de jovens bem educados... por favor né? salvar a áfrica... isso não já aconteceu antes? não tenho total conhecimento, mas tenho medo. 
e qual o maior problema na sociedade? a fome? o desemprego? a criminalidade? o abuso sexual? assim isolados?
me convence do contrário... mas na minha cabecinha a aiesec não deixa de brincar de banco imobiliário...
e pregar a diversidade no discurso é muito fácil né... fora o "pequeno" detalhe desse survey dividindo entre gêneros masculino e feminino...
quem entra na aiesec? quem são vocês?
agora pra mim: quem precisa ser (de um) líder?
é isso que me incomoda.

Pessoa: empresa? mil pessoas que passam na AIESEC vão cuidar de ONGs ou fazer quaisquer outras coisas que lhes deem na telha. eu quero ser professor de escola pública. 
mas sim, tem gente interessada em viver em empresas. algumas tentam um ambiente mais interessante no mundo corporativo. acho digno e válido e fantástico.
ocidentalizado? sim. isso não é digno de crítica por si só. 
é uma organização que ainda tem muitas limitações, não haja dúvidas. boto fé é no propósito é muito bacana: agregar jovens que tenham interesse em promover um impacto positivo no mundo. ponto. de todas as regiões, todas as classes sociais, etnias, crenças religiosas, orientações sexuais.
achei MUITO desonesto da sua parte criticar o valor "diversidade", como se fosse só discurso, baseado no ponto da survey sobre divisão de gênero. críticas de cientista social a uma survey como essa são complicadas. etnografar o mundo é meio impossível, então, a gente faz o que pode. a tentativa é de ouvir outras vozes, alcançar pessoas de fora da organização para ter mais conhecimento de causa e mais diversidade de opiniões e alcance. 
porque a gente sabe, quem participou sabe, quem fez os intercâmbios, e etc, que o nosso trabalho é massa, que a gente faz uma diferença bacana em muitos contextos. e não tem MESMO pq a gente se limitar se a gente tá querendo fazer algo bacana.
"quem precisa ser um líder?" ninguém "precisa" nada. desenvolver liderança não significa "ser líder". e "ser líder" significa o que para você? eu acredito em liderança participativa e é o que busco. liderar para mim significa agregar pessoas em torno de ideias, significa também ajudá-las a alcançar os objetivos que elas queiram e o que o grupo se proponha. 
existem líderes variados... caras como Hitler, como Gandhi, como Lula, e por aí vai. um prof que foi massa na sala de aula, o moleque que se juntou com um grupo de gente para fazer um cineclube, o outro que organizou uma passeata, a menina que é representante de sala e organiza na escola uma gincana de arrecadação de alimentos para creches, enfim... 
no mais, "quem são vcs" soa quase pergunta de um paranóico com mania de perseguição, rs. 
vc já me conhece, é meu amigo inclusive, mas para quem quiser me conhecer:
Eu sou Pessoa, cursei ciências sociais, licenciatura, quero mudar o mundo, gosto muito de literatura e música, sou bissexual (ou algo assim, não curto muito rótulos MAS), amo a cidade de Recife, acho que o maior problema do Brasil é educação pública de qualidade, minhas bebidas favoritas são tequila e jack daniel's, fumo marlboro vermelho, e etc.

Outra Pessoa: falei de empresa porque é uma das perguntas desse tal survey. 
ocidentalizado sem reflexão é complicado.
todas as classes socias? talvez eu tenha uma visão limitada, mas aqui em brasília, vcs possuem membros de "classe baixa"? pode ser membro da aiesec sem falar inglês e sem acesso a internet?
foi nisso que eu baseei minha critica à diversidade, o lance da divisão de gênero foi só outro ponto que citei. 
e eu quis lançar essa reflexão quando eu perguntei "quem são vocês", a paranoia foi na sua leitura.
que vcs podem fazer algo bacana, não duvido. falei isso no ultimo comentario também. mas tenho discordancias filosoficas, isso.
e sei bem que existem formas diferentes de liderança, não te chamei de hitler, Pessoa! hahahaha eu tava falando mesmo da palavra, independente de como vcs a adaptaram... ela vem de um lugar, de um contexto, de uma lógica, que é onde me tropeça.

e eu gosto pra caralho de voce! te amo, voce sabe!
mas Pessoa... o que foi esse release pessoal? hahahahahahaha
ok...nao quero te reprimir... foi brincs. rs

Pessoa: ‎"ocidentalizado sem reflexão é complicado". Outra pessoa, o buraco é bem mais embaixo. pegue as nossas caras questões de gênero e reflita... elas não são eminentemente ocidentalizadas? 
a AIESEC não tem uma proposta de ocidentalização do mundo. a proposta é que os diferentes convivam em suas diferenças. beijão.
sobre as questões que vc ponderou sobre classe social, elas fazem todo o sentido. é uma reflexão que não só eu, mas muitos de nós, se pegam fazendo sempre. o mundo não é perfeito, bem sabemos. a questão do inglês é pelo fato de ser uma plataforma internacional, lucas. nós não temos condições financeiras de traduzir tudo para todos as línguas. lembrando que somos trabalhadores voluntários, e não uma megaconspiração capitalista. 
não sei se possuímos membros de classe baixa: não aplicamos questionário socieconômico. mas vou te dizer que nosso mundo não se restringe à plano-piloto-classe-média-filho-de-papai não. e também é algo que refletimos sobre: se queremos alcançar diversidade de fato, precisamos achar meios de agregar essas pessoas. estamos inclusive procurando financiamentos e etc. lembrando que, geralmente, quem pode fazer trabalho voluntário é quem tem grana para "pagar" para trabalhar. 
e quem somos nós? porra. 65 mil pessoas no mundo inteiro. de todos os continentes. acho que a gente é uma galera bacana que tem muito potencial. em momento algum falei que somos lindos cheirosos perfeitos. as pedras tão na sua mão, como sempre. não é novidade isso. discordâncias filosóficas podem ser tratadas de forma mais pacífica: tanto eu como você sabemos isso. não foi lá bem a sua postura, como geralmente não é. 
não achei que vc me chamou de Hitler. sussa quanto a isso. que a lógica a respeito da ideia de liderança te faça tropeçar, beleza. acho que sua ideia de liderança é muito limitada, amigo. de verdade. pq existem MIL moldes de liderança, e liderança também é o que fazem coletivos de arte da cidade quando tomam à frente e se propõe a expandir para fora do plano piloto. 
não só podemos fazer algo bacana, como já fazemos. e continuaremos, boto fé. :)
e no mais, obviamente, o amor entre eu e você permanece. bjs
e por fim: você fala só baseado nos seus preconceitos. é triste, mas é verdade.

Outra Pessoa:  ah, acredito que o buraco é sempre mais embaixo...
a respeito das "nossas caras questões de gênero", por exemplo,
são ocidentalizadas/ocidentais e eu acredito em intervenções e luto aqui/daqui/praqui,
como pessoa(?) e antropólogo(?) é onde me sinto legítimo e onde me firo (pensando ainda que mesmo esse 'aqui' é relativo e existem fronteiras mais sutis...)

eu não joguei pedras, Pessoa. falei dos meus incômodos e medos, inclusive, e expressei minha opinião, e de forma honesta sim, do meu ponto de vista. que claramente não se encaixa com o seu.
não falei pra você sair da aiesec, nem que quem leia essa discussão abomine a aiesec e nem que vocês parem já com isso! eu lancei questionamentos, e tentei deixar claro que não tinha total conhecimento sobre o assunto... mas total né..quem tem?
propostas bacanas vocês tem.
impacto social positivo a igreja católica também tem e nem por isso vou escrever nenhum texto a exaltando, é a minha limitação por exemplo. desgosto mesmo, porém não vou falar aqui que é um lixo. não falei.
pra mim é novidade você achar que eu não tenho uma postura pacifica na maioria das vezes... mas isso acho que a gente nao discute aqui. rs

o coletivo do qual faço parte pode em diversas leituras atuar em algum tipo de liderança, mas não é nossa proposta. é a de vocês. o não funcionamento se pá de um ideal colaborativo e horizontal e integrado acho que é uma coisa que pipoca a cabecinha de uma galera do coletivo, não todos.
e pô... falar que o que digo é baseado SÓ em preconceitos acho sacanagem.. ainda mais completando com um 'é verdade ponto'.
e legal que você reflete sobre o acesso de pessoas com menos privilégios do que a maioria, se você acredita no projeto podia ser umas algum plano de integraçao, cursos/oficinas sei lá... já existe? tem a ver?


Pessoa:  liderança pode ser colaborativa e horizontal também. liderar não significa posição de mando. liderança, na minha acepção, e na acepção da AIESEC, é um termo muito mais amplo do que a maneira que vc o encara.

sobre forma de se expressar, eu disse forma "mais" pacífica. do tipo: querer saber mais sobre como é do que apontar o dedo. entende? não falei que é baseado "SÓ" em preconceitos, falei que é baseado em preconceitos. 

e foi mal pelo "é verdade ponto". foi zela. peço desculpas. foi força de expressão de um Pessoa tosco.

não acho que vc precisa amar, aplaudir, e etc. sua opinião é sua, obviamente. tem quem goste de verde, tem quem não goste, lalalalá e por aí vai. só que a maneira como vc coloca as coisas não vai muito por aí: vc fez críticas sobre nossa atuação e sobre nossa visão organizacional, disse que somos incoerentes, enfim. acho que não tô viajando nisso. e comparação com a Igreja Católica, levando em conta quanta grana eles têm concentrada no Vaticano, é mais uma complicada... foi a intenção ou é só um exemplo?

sobre a sugestão de cursos/oficinas etc, é umas, e isso é feito nos projetos que a gente roda, trazendo intercambistas. estamos também tentando rodar um projeto que envolva escolas públicas nisso. a maior dificuldade é agregar essas pessoas para que elas também façam intercâmbio ou que trabalhem conosco dentro do comitê local.


terça-feira, 20 de março de 2012

sexta-feira, 9 de março de 2012

às vezes você é nada, mas carne.
me veja como um instrumento corporal e aí fica justo. agora vai começar, o susto, a vontade de correr. agora eu quem te testo. o amor cai como carne e nervos que eu nem sabia que existiam. dói. o desconhecido.
tem uma música que faz um feitiço estranho. bruxa maldita do inferno! é uma delícia! tenta parar! escuta!

mas que dialeto maquiavélico é esse que eu faço quando penso em você? você me tropeça! que porra é essa?

quarta-feira, 7 de março de 2012

seus projetos e suas lógicas... realmente... eu quero jogar pianos das janelas de prédios mal ou bem assombrados tanto faz, até que você sabe me ler, viu? mas você nem quer saber, não é mesmo?...ai, o olhar os ponteiros pode ser de um ardor violentíssimo, to ligado, fume, fume, meu querido, trocentos cigarros... acho que passou da hora, se assim prefere, de dizer tchau, se precisa de um ponto materializado em símbolo. já tá cheio de sardinha do seu lado, espero, querido, do fundo do peito, que não termine enlatado. mas é o que você quer, bela megalomaníaca. né? antes que eu caia na tenebrosa tentação de te chamar de maluco e em revés te elogie... eu? vou me afundar em drogas, é, ser carregado pelos seguranças e se tudo der certo consigo chutar o cu de uns dois.
deserção nº

quinta-feira, 1 de março de 2012

tinha uma coleção grande já dessas conchas que se coloca no ouvido 
e ouvia e sabia ouvir cada uma.
ontem foi seu aniversário.
foram todas pro lixo.
vinte e dois anos completos.
a solidão agora ecoa no mundo.
quem vai querer ouvir essa gritaria?
quem vai me chamar de falso agora? quem se atreve?

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

coisas boas que eu gosto de lamber
nada para tudo com
nada meu nada nosso
tudo total
a gente consegue?
a gente aguenta a barra?
a gente aguenta a barra depois que o sol se pôr?
quando você me olha o sol desiste


*último verso de um ménage espectral
O que poderia querer dizer que ficaram acordados a noite toda? Denunciaria
que estavam atordoados pela visão de um demônio, aos seus olhos, que
estavam um no outro? Porque um demônio? Porque o baixar de olhos?
O segredo manteve-se guardado, por algo que pesava no próprio corpo talvez,
mas além de suposições, não posso afirmar o que se passava na cabeça
de cada um, apenas que o silêncio e o partir foram nesses momentos de
proximidade “perigosa” que condicionaram e potencializaram os caminhos
traçados na relação entre os dois e com os demais.


Considerando a possibilidade de haver uma atração sexual recentemente
descoberta entre Raul e Saul, para além do enorme carinho que já sentiam um
pelo outro, percebe-se que mesmo sozinhos havia uma autocensura, os dois
tinham internalizados as merdas todas dos estigmas de gênero e do caralho a quatro, sabiam, por mais que sentissem aquilo tudo que acontecia entre eles como querido e positivo, o contexto em
que estavam inseridos. Entretanto talvez não houvesse mesmo uma intenção
de uma relação homoafetiva (pra dar nomes babacas às coisas) por parte de nenhum dos dois, mas nas duas
instâncias a decisão tomada nesse determinado momento foi de sair e manter,
assim, uma distância seguramente amistosa.


O que se dá em conflito entre os dois e o resto dos trabalhadores da firma
é a agonia, o desconforto com a possibilidade do segredo, a mera suposição
e suspeita de que algo discrepante e indesejado está sendo tramado ali é o
bastante para que haja a repugnância e daí a atitude escrota tomada pelo chefe do departamento.
O não dito, não feito, também está em jogo. O medo de um estigma secreto.

FODAM-SE os manicômios e as prisões

Quando já não havia mais ninguém em volta e a intimidade entre os dois já era
o bastante um desabafou que aquela repartição era “um deserto de almas”, o
outro concordou sorrindo, o r g u l h o s o, sabendo-se excluído.
de um momento em que tudo era abstenção e abstinência, por exemplo
tudo que me remete a esse tempo me enche de uma agonia paralisante
por exemplo sentir um amor, como eu sentiria aos 17
mesmo tendo claras as amputações das quais eu não mais me permito
me sinto fraco e perneta
não posso te mandar ao buraco do inferno
de novo, o problema é essa lama pretérita
que não sai na chuva...
eu vou enfrentar essa, amigo
juro
eu vou dar vexame!

TERÇA-FEIRA, OUTUBRO 05, 2010


eu não quero morrer, pedrinha pequena
tem alguma coisa lá
que eu não sei nem querer
de tão nova, tão móvel
e assim tanto quero
já é outra, já de novo
já me reconheço
não vai me pegar desprevenido
o vento, a onda, nada me arrasta
estou atrás de você, abalo sísmico
paisagem vasta

quero sim ser moldado, erosão quero sim
até parece que sou essência, tá bom
quero não, viu, quero não
Eros caiu por terra há eras aqui
mas eu to num movimento caótico
se pá me bato de novo naquilo e pá
mas sei lá... existe o monte Everest
sabe, pedrinha pequena?

quis dizer que estou indo embora. 
e assim como o rio, nunca voltarei.


(quem sou eu nesses finais drásticos?)

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

oh those sweet sweet lies
that make me live THE WAY THAT I WANT TO live
em todos os lugares que eu já estive
amor me mofa, my fair lady
eu minto, mas sou sincero
cazuza me acharia perfeita
all dressed in non-resignation
when i lie quando ele me deita
na sua cama de areia
tenho vontade de voltar em ressaca
acha que eu não vejo, little chaos?
que não sinto o cheiro dos seus freios?
você quer me prender gatinho

mas espera só até me ver nua
sob a luz negra do que me resta
sambando na sua cara, trickster
você está prestes
eu estou grávida de você
eu aqui mas meu grito em todos
lugares (nunca antes)garimpados
não dá pra achar que tudo isso foi um tropeço
e chorar copiosamente por tudo que eu mereço
eu estou olga
me dá uma folga, vai.
eu me girafando por entre as folhas do tempoespaço
acabar não é dar um fim
desesperado cavando pra recolher minhas sementes
recomeçar não é renascer
mas se eu quiser se eu querer
faço bico beijo os ombros
saio rebolando
que se eu der na telha
me borboletando