domingo, 7 de novembro de 2010

urbano, você é tão familiar e parte minha, mas tão labiríntico e inexistível.
porque de certa forma te separo de alguma outra coisa, mas você é inseparável.
então é só um nome diferente que te dou pro que na verdade é tudo.
hoje uma criança quis arrancar um cigarro da minha mão, ela disse que eu ia morrer.
eu disse que já ia morrer de qualquer jeito. porra, esqueci que era uma criança.
mas eu já tinha nojo de seus pais de qualquer jeito me senti menos culpado.
sentado tomando uma sopa ele estava fazendo um ponto bonito
o que havia esfaqueado um lavrador no Pará era tímido e gentil
o santo caridoso sorria e me dava vontade de cometer um atentado terrorista
mas aquilo ia fazer bem demais para o seu ego
era ali que se encontrava o desconhecido, o cotidiano, o meu medo, o meu futuro, a minha linha e a minha agulha
o lugar inteiro era azedo e cego
tudo ali que se dizia ser era não-ser, quem ali estava era de passagem
o santo sempre com o sorriso disse
vamos agora alimentar sua cabeça, sua alma...
e aí foi como se das paredes saíssem crianças em fogo querendo te arrancar cada uma algo diferente e vital, como tudo.
pra te salvar do mundano,
mas você é o e do mundo

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