quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

estava ali jogada cuspida mordida machucada. e tinha pedido, tinha implorado por isso, tinha engatinhado, engolido, quis.
se coçou, se mordeu de querer.
e porque ali agora, depois de ter gozado e gritado de prazer, quis também chorar? porque?
e se encheu de quem sou eus?
era difícil aceitar a vastidão. tinha se cansado. talvez agora se colocasse no seu lugar.
que era uma cadeirinha rosa com o desenho de um gatinho. o banquinho do castigo. do qual sentia ódio e falta.
se essa rua, se essa rua fosse minha...
queria correr. queria ficar. correu.
mas sentiu raiva de si.
no bosque da solidão ouviu a voz da mãe.
eu to cansada dessa porra. e gritou.
eu to cansado dessa porra. falou baixinho.
eu quero mais. mais disso. eu quero mais que isso.
ainda estava ali jogada cuspida mordida machucada.
não ia mudar. ia durar.
não é isso que estava escrito em seu bloquinho.
não é isso que passava na TV.