quarta-feira, 8 de setembro de 2010

...ela. tudo por culpa dela! que delícia, posso dormir em paz agora.
tava pensando, na real...que a gente coloca os sentimentos. todos os sentimentos dos homens do mundo inteiro, na real. a gente faz um templo. coloca num altar esplêndido. e aí é tudo lindo. é tudo arte, é tudo sublime trágico devastador mágico apaixonante e o diabo.
não é, sabe? outro dia pesquei uma conversa da mariana, ela disse: nossa, ele podia dizer qualquer outra coisa. mas ele não tinha o direito de dizer que ela era gorda. não tinha esse direito!  e ela balançava a cabeça, tava indignadíssima mesmo. e eu não movo uma palha, sabe? ele tinha o direito sim. como se ferir os sentimentos dela fosse uma catástrofe monumental. um genocídio. foda-se! magoar alguém, meu deus, é horripilante. não é. que diferença faz? não vou sair por aí também, buscando o mal pros outros. não sou infernal assim, você sabe. é só que isso é inevitável e não haveria de ser diferente. esse teatrinho incorporado me incomoda tanto. esses recalques, todo mundo medindo palavrinhas. e é por isso que rolam explosões assim. as vezes voa um sapato na cabeça de alguém, ou se quebram vidros de perfume. porque alguém foi franco sem se preocupar com os sentimentos de outra pessoa. "aaai são os meeeus sentimentos. você não sabe por tudo que eeeeu passei!". se enxerga guria, sério. todo mundo passa por muita coisa. e tudo tem medidas diferentes pra cada pessoa. vai ficar chorando aí até quando. i n f a n t i l. é, é como insulto mesmo. não vai ficar esperando que eu te lamba!
morte à santificação dos sentimentos. ela não me quer! me sinto triste. me sinto tão tristinho. ela vai me achar um fracassado! meu deus meu deus. alguém alguma vez na história exagerou um pouco só pra brincar de poesia e acharam que era isso a vida de verdade. a resposta pra tudo. a resposta pra deus. que se perdeu na evolução da raça humana. ta aí. a gente tem que parar de pensar que é gente. a gente não é. inventaram isso aí, mas é tudo fantasiazinha de história de criancinha mesmo. mas ninguém cresce. a gente é que nem planta e bicho e máquina. só que a gente inventa lenda. você vai me achar um monstro mesmo agora. mas acho ridículo quem chora em um enterro. chora porque? nunca mais vou te ver! tudo que ele perdeu! tinha tanta coisa pra viver ainda! primeiro, que egoísmo! ai, meu sorvete acabou, mas eu quero outro, eu quero! depois que não adianta ficar se lamentando porque os planetas giram em torno do sol, né. ninguém nunca disse que era de outro jeito. ai, me dá uma preguiça. pessoa. coisinha grudenta incurável! nunca para de querer o colinho da mãe. espera, vo ali vomitar e já volto!...também. que cansei de ficar aqui me explicando pra mim mesmo e me tratando na segunda pessoa. já me acho gentinha. hahaha, ridículo! mas vou, vou respirar profundamente. passarei anos inspirando, outros anos expirando. vou ganhar meu dinheiro sujo das mãos dessa gente tosca. vou me fazer no buraco mais obscuro e encardido da terra. vou plantar duzentas plantas lindas ao meu redor. vou ser amigo de animais. não consigo imaginar maior felicidade e realização. dormirei, dormirei em paz agora. e nunca, nunca rezarei! hahahaha...

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