sexta-feira, 29 de outubro de 2010

_ vamo lá. a gente sabe porque você tá aqui, Lu... seu gato morreu. mas você não tá nem aí pra ele, nunca esteve. nem pra mim. você quer que te lambam, só isso.
_ eu não acredito... você tá sendo um idiota. eu não devia mesmo ter vindo. mas eu não. eu sou idiota, porque eu amo você, idiota! você pelo menos pensou na conversa que a gente teve ontem?
_ é, eu pensei. o que mais você quer que eu diga, Lu? sinceramente...
_ não, não. quer saber? deixa pra lá. você acaba virando outra cicatriz. já sou só mutações mesmo. só acho isso aqui uma coisa repulsiva. o jeito que você dá fim em tudo sem nem significar. você desrespeita  a vida, com essa sua pele lisinha sem marcas...
_ Lu... é uma coisa menos bonita que cicatrizes. são calos. não teve sangue, carne viva, regeneração das células... são erros que a gente continua pisando sempre em cima, no mesmo ponto sempre. eu acho isso aqui uma coisa muito triste. você não vai se curar. você vai criar resistência. a algo que poderia ser até benigno, eu diria. se você não insistisse tanto em um único erro. olha só...eu tô atrasado, não vai dar pra continuar com isso aqui. não vai dar pra continuar, Lu. eu tô atrasado.
_ espera! esp.. porra! você nunca...espera!

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