segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

tem o que sou, o que pareço ser, o que gostaria de ser e o que não sou. e esses quatro vivem dançando, trocando de lugar, se misturando.
o que eu sou é de uma luz pálida e rápida, de modo que parece mais ser um espectro do que algo mesmo concreto.
o que pareço ser é um grande ator. com mil rostos e vozes e maquiagens. engana todos os outros. engana até mesmo o que eu sou, que nunca sabe se é, nunca sabe o que é.
o que eu gostaria de ser é um anjo amorfo que compreende todas as línguas, até mesmo as desconhecidas, tem cores fortes, mas sem violência. é quem dá a cadência da dança. causa inveja ao que pareço ser e dá vida ao que sou.
o que não sou é um ladrão. irmão do que pareço ser, mas um vigarista mafioso que se faz convencer pelo olhar. se ocupa de seduzir ou iludir, enganar quem está de fora da dança, desatento.
(quando tu acusas o que sou dessa maneira, estás na verdade falando do que não sou. Não vês a confusão que estás fazendo?)

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