terça-feira, 5 de novembro de 2013

não quero reivindicar uma categoriazinha coisa mesquinha de arte para o que eu faço, não quero o reconhecimento institucional, nem o respeito, nem a tolerância, nem a adoração.
eu salgo o café.
não quero dizer que agora tudo é arte. na verdade, nunca e nada.
eu não luto pelo que eu sou, mas pelo que posso vir a ser
e aí, realmente, quero ver quem vai vir me dizer
o que será que será
o que não tem juízo.
(não esquecer a história*) (não se prender à história*)
(encontrar formas de vida em novas formas de dizer*)
(encontrar formas de dizer novas formas de vida*)
minha memória já tá tão gasta com coisas que não me importam.
eu tenho coisas mais importantes pra fazer
do que sobreviver.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

chama-me do nome que convir
tanto faz e nada feito.
"nós somos 98% metáfora" quer dizer, eu quero dizer que eu quero dizer algo que não seja perpetuação. ou nada ou tudo é sagrado. inclusive meu esforço diário de catar pontas e frequentemente não acho nenhuma mas eu acredito na lombra acumulada. mesmo não acreditando em linhas retas, assim, porque acho às vezes divertido me achar torta. só enquanto não perco todas as minhas referências em troca às vezes de um sonho ou uma conversa com uma coruja sobre carrapatos e abusos e poemas de carne sem tempo Irresponsabilidade minha? deserção número contínuo. qual dos lados do desejo? maré. quando meu corpo não esteve envolto em fumaça nos últimos anos? já nem sei quando deixou ou passou a ser. mas a possibilidade das pontas dos dedos douradas de amor queimado mais muito mais me excitam agora e eu tenho séculos pra me vingar.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

já tive medo de quem eu era porque achava que era alguma coisa
e coisa é um negócio que mete muito medo
como minhas respostas inúteis
pras suas perguntas funcionais
eu to pronta pra mergulhar no abissal cego dessa vista
meu cérebro é uma abstração dolorida
mas a dor vem de fora mesmo e nem me engrandece
o tamanho é descoberto como foi a américa
correm desesperadxs xs passarinhxs com suas perninhas desacostumadas
se tornaram amigxs os sentimentos que antes me humilhavam
já conseguimos até rir juntas disso
se algum dia talvez você não vir mais utilidade nenhuma em mim
talvez nademos juntxs no mar da poeira de toda essa cidade tombada
passarinhxs gigantes vão gritar seu algo
que chamaremos de hhmmmaash ou uuffemmamrram
depois esqueceremos os nomes
só a revoada dos poros
sem medo só gozo
diremos tchau como quem diz nsouvyghtrewhousparguqoüç
lembraremos do tão falado amor
e nos calaremos
já não nos vimos já nem somos
saudades boas do sentido
agora não precisa mais
nada
mais que isso

terça-feira, 17 de setembro de 2013

despedida de quem não foi embora e muito menos ficou. guardo os desabafos pra momentos menos apropriados.
vandalisamos os proprios sentimentos, sambamos pra fora dos gases autorepressivos
nossas máscaras nos salvaram. sim.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

taí
eu fiz tudo pra te libertar de mim
ah meu bem não faz assim comigo não
você tem
você tem
que largar meu coração

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

pra quem viu brasília pegando fogo
viu eu e deusa camila, cabeça de gata e corpo de barro
o perigo era o conforto
agora é frio
camila se lambe para se moldar

terça-feira, 2 de julho de 2013

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não cupcake esse não é meu nome, meu nome é quem ele persegue, percebe? ah, gatinha se eu me fizer entender... borboletinha azul nem me agradeça acenda uma vela esquente a conversa tem mais aqui do que esqueleto e metáfora meu nada enroscado no seu no fim da tarde quando tudo é o que acreditamos ser fim de tarde numa tarde sem fim, é lindo né? mas não basta. ele quer mijar no sol. nós cravados aqui na ilha do diálogo. eu escondendo que sou a própria fumaça. vou te contar bem rápido. eles vão desconfiar se dissermos que já nos divertimos tanto. vão ficar putos com a gente. não fofura esse não é meu nome, meu nome foi o que você escreveu, meu corpo não tem nada a ver com meu corpo,. nem está. minha vida é um livro em chamas. tenta tirar uma foto da fome.
não era uma barata era uma metáfora não era uma metáfora era sangue não era a lua é brasil não era é agora não é uma metáfora é uma metralhadora não era eu agora sou eu não era agora não é um alívio é uma chamada pro levante não era um oi tudo bem? era não seria sim estou tristíssima e uma barata saiu da manga do meu casaco, mas faz muito tempo? tempo histórico, digo, eu acho, não, não pude avaliar na época se podia se avaliar, mas é um sentimento, não pode ser certo, não pode ser errado, sim! foi com um desconhecido minha primeira vivência do que mais tarde chamaria de amor não é esse o meu nome, mas tudo bem, prefiro que não me chame.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

descontrole. onde se fragmenta o sentimento?
lágrimas neon lágrimas chorume
onde dói onde o que nos une
o que combina o que rima
quando caído na brita
boa noite cinderela, axé!
amanhã tudo terá outra forma
e os cacos são tão excitantes
jogados todos pro alto
nunca caíram, nunca cairão
(me beija como se beija desconhecidxs
me olha como quem vê o mar pela primeira vez
goza na minha cara como a ressaca levando embora
o calçadão da praia de iracema)
(seu alegrinho: a única coisa boa que consigo imaginar é o carnaval)
(e além de e em você são tantas cores
é só um olhar mais demorado:)

terça-feira, 7 de maio de 2013

é o medo de perder o que nem é seu. é sempre nada? é, é sempre nada. (acabo tendo que falar que é pra dizer que não é) (entende?) talvez sim, acho que sim, é uma notícia de morte. uuuuuuuuuuu. mas se você se alongasse um pouquinho ia ver que eu queria uma festona boladassa várias caveirinhas coloridas onde? é? peru? chile? tipo méxico tipo alternando espaço tempo e delícias gastronomicas tipo amanhã a gente fica triste mas agora eu to bebadx tipo vomitando arcoiris ai tipo fruta mordida o caralho ninguém divide sonho de valsa.

- a partir de um estudo estastastastititco se determinou que o tiro penetrou-o-o-o-o-o-analmente a cinco nuvens por hora morcega cega que era entrou por todas as janelas dos castelos e assombrou o sono de todas as principes e princesas da asa norte aloka nunca mais foi vista a luz do sol e agora só come pão integral, manda beijos dos ombros. beijos

num mexe com a gente não! aqui só tem sereia! vatimbora!

terça-feira, 30 de abril de 2013

espero que ninguém se sinta ofendido, não é mesmo minha intenção. pero não tenho problemas em insultar idéias. e não penso, meu bem, que suas idéias escrotas te substituem ou te totalizam. eu, você, a gente, é mais. a idéia que faço de você, a idéia que faz de mim e a fluidez disso tudo, é a nossa mágica. o tecido no qual fazemos nossas acrobacias. e escorregamos e queimamos tantas vezes nossas mãos. e eu te amo, e vejo um espetáculo lindo em construção... é um pensamento que violenta tudo! que me veste desse espartilho sufocante. pareceria lindo em um conto de fadas, o sonho de toda princesa... mas eu quero, meu bem, que essa idéia vire pó. é uma babaca imbecil ignorante intransigente má cobra venenosa rata desprezível uma vida que já demorou demais.
você, quero que vire cachoeira  se refresque goze litros e litros e seja cada vez mais feliz...
eu lembro do rio de janeiro, me vem a imagem do cristo redentor e seus mil tentáculos. da beleza anulada no arpoador. do seu rosto em lágrimas emergindo no oceano atlântico. o impacto tectônico. e eu me segurando com os dentes em outra boca pra não cair das pedras como uma oferenda à sua tristeza sagrada.
eu lembro de me culpar por enxergar beleza. nas noites não dormia, que sonhando podia lembrar que já sequer existi.
tantos mistérios amor tantos eternos.
um dia veremos algum resultado dos feitiços que quebramos?
não é como as porcelanas da vovó, queridx.

terça-feira, 2 de abril de 2013

_ você não é muito novo pra ter todas essas dores?
_ é que vivi muitos anos no armário.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

_ é que são os mesmo fatos, saca? o que muda são as percepções...
_ mas cê num acha que as percepções também fazem os fatos?
foi só uma brisa fraca não posso parar de escrever porque estou sendo observado. as coisas todas.
ele tem saudades. eu sei. dá pra ver pelo assobio.

dessa vez eu vou produzir! vou fazer um monte! eu nem me preocupo com a brisa já até ó... nem aí... essssas essas coisas que dão nos nervos devem ser todas excreções da conjuntura histórico-política da américa latina como um todo em linhas gerais...

eu queria cantar uma música horrível.

uma bruxa de louça do tim burton.
confortável confortável nunca será.
só uma brisa vez ou outra,
fraca,
quase um segredo.
é só olhar nossos poemas, estão todos em ordem alfabética. e fazer a ordem contrária não é subverter a ordem, não mais. agora é atraso.
o agora é um atraso. ou um estanque. a gente tá pisando, já, no improvável. usando dessas metáforas batidas em ferro velho montando caça-galáxias. e parece que nem a antropologia me livrou da artegocêntrica.
as crianças não amam cheirinho de uva. cheirinho de morango até engana a morte, mas as crianças morrem mesmo assim. e depois ou detestam cheirinho de tutifruti ou se viciam em cheirinho de cânfora ou usam cheirinho de menta que parece mais apropriado aos maremotos refrescantes do morgante diadia anoitece ou não durmam ou não a chuva é sempre curiosa e depois entediante dúvida e depois esqueci e depois uma fotografia e depois tanto faz até que um dia ummmmmm que bruxaria é essa?
quem sou essa pessoa caindo mililitro por mililitro no rio do esquecimento que racha estruturas de barragens e ninguém nem comenta nem?

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

vinícius disse ser amigo das palavras... eu não, elas são só colegas de repartição.