domingo, 26 de dezembro de 2010

você não vai mesmo aparecer né, seu puto?
tirou um pedaço de papel da bolsa, arrancou parte do chiclete que estava preso na sola do sapato, uma leve tropeçada, continuou andando.
não conseguia deixar de sexualizar tudo e assim como uma lata de cerveja vazia morria de raiva.
queria ir embora da cidade. pra fazer falta. coisa ridícula. jogou o cabelo pra trás, continuou andando.
mas lembrou quando usava aquela blusa social azul marinho e o jeito que o pano socado na calça contornava sua barriga e como gostava daquela barriga e lembrou dos nós dos dedos e do lábio superior e de quando o convidou descaradamente e ele simplesmente...quis pegar o celular e ligar a g o r a
não, não, juvenil... os prédios ficam cada vez mais altos, a cidade está sem limites.
o sinal fechou
continuou andando.

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