terça-feira, 6 de setembro de 2011

a dor desértica
o choque elétrico
mãe, por favor um anti-séptico
me limpa do que eu não sou
que eu não sou, mãe, juro eu não sou
aquele homem, mãe, aquela estrutura
aquela mão, mãe, na minha cintura
aquela dor invisível
não pode ser não pode ser
aquele eu desprezível
ninguém viu, mãe, ninguém viu
quando num deslize, um deslizamento
quando a terra se abriu, mãe
quando meu corpo caiu
agora a dor desértica
agora a sede hipnótica
miragem, mãe, vertigem
ninguém, mãe, juro que não sou ninguém.